segunda-feira, 15 de abril de 2013

Excesso ou falta de treino: Qual desses fatores atrapalha mais o desenvolvimento?


Em seu protocolo de treino você peca pelo excesso ou peca pela falta? Qual destes dois pecados será que é o mais prejudicial ao desenvolvimento muscular?

“Treine mais, coma mais, descanse mais!” … “O descanso é tão importante quanto o treinamento!”. Essas são apenas algumas paráfrases de comuns frases utilizadas por pensadores e fisiculturistas quando o assunto é o treinamento. No primeiro caso, defendendo o volume a fim de obter o máximo de ganhos através do esforço e estimulo consecutivo e frequente. Já no segundo, uma visão que defende que a efetividade de um bom treinamento não está unicamente nele próprio, mas, também no descanso proporcionado. Mas, afinal, se grandes nomes já utilizaram essas duas vertentes e, cada um obteve melhor sucesso com um deles, qual deveria ser a nossa posição referente ao mais apropriado?


É importante, antes de tudo, saber que quando o assunto é a modificação corpórea através do bodybuilding, a individualidade fisiobiológica é o fator primordialmente considerável, visto sua tremenda importância para cada um. Assim, o que funciona muito bem para alguns atletas, não funcionará nem um pouco bem para outros e significará fracasso. Entretanto, seguindo padrões básicos de raciocínio, conseguimos minimizar as probabilidades de erro. Sendo assim, optando pelo que se há de científico então e, iniciando por ele, conseguimos ir adaptando treinamento, dieta, descanso e periodizações de acordo com o que nos funciona melhor ou nos é mais adaptável.

Quando o assunto é treinar mais, comer mais e descansar mais (descansar nem tanto pelo estilo de vida) alguns bons exemplos os quais podemos citar são Jay Cutler, Ronnie Coleman, Lee Priest e, claro, sem sobra de dúvida os primeiros fisiculturistas de renome como Arnold, Franco Columbo e outros tantos da modernidade também. Na realidade, a grande maioria dos fisiculturistas optam por essa teoria. Mas, por quê? Por ser mais efetiva? Em partes, sim, mas efetiva de acordo com a realidade deles. Sabe-se que, além de contarem com todo um aporte nutricional, esses atletas dificilmente não utilizam algum tipo de recurso ergogênico sintético. E, todos e outros fatores influenciam para que eles possam treinar assim e obter o máximo de resultados. Resultados esses que, dificilmente seriam obtidos com tanto sucesso por meros mortais. Quando digo meros mortais, digo pessoas sem auxílio de treinador, nutricionista, massagista, endocrinologista e etc.

Não é infrequente ver que, nas academias, os protocolos seguidos pela maioria, para um músculo no qual há deficiência, é o treinamento maior em cima do mesmo, quando, na verdade, o problema pode ser o inverso, ou seja, a falta de tempo de recuperação, o overreaching ou algo relacionado a excesso. Mas, que não sejam condenados: Normalmente nos é comum de imaginar que “quanto mais, mais serão os resultados”, pela própria lei da vida que, não pode ser aplicado no caso do bodybuilding. Finalmente, decepcionados, esses indivíduos passam a ter o efeito inverso ao que desejam, não solucionando ou agravando ainda mais o problema. A verdade é que a maioria passa a não ter bons ganhos justamente por esse excesso de treino subsequente a um descanso pífio (e na maioria dos casos uma alimentação incorreta também).

Por outro lado, vemos pensadores tais quais Mike Mentzer, Dorian Yates e até mesmo algumas épocas de alguns bodybuilders modernos. Builders esses adeptos não ao alto volume de treinamento, mas, ao esforço infrequente, acreditando que se isso for feito na máxima intensidade e mínimo volume possível, será suficiente para proporcionar estímulo, para que através então da recuperação possa haver os ganhos procedentes ao treino e a uma alimentação coerente, é claro. Porém, há ainda duas vertentes desse pensamento, de acordo com o atleta e ao que lhe é melhor adaptável: A primeira delas, defendida por Mentzer, é que não há necessidade de uma superalimentação, ou seja, há a necessidade sim de um alto consumo calórico, mas, desde que isso não sobrecarregue o corpo. Já Dorian Yates, acreditou em uma alimentação de offseason que supera as condições normais de consumo energético da maioria dos mortais. Entretanto, como nosso foco é o treinamento em si, não vamos perder tempo falando sobre isso.

De uma forma ou outra, também não podemos desconsiderar o uso de ergogênicos por esses atletas, que, especificamente, Dorian Yates, conseguiu superar inúmeros limites da época, dando origem a chamada “Era Freak”.

Agora, deixemos de falar somente dos profissionais e vamos finalmente chegar ao ponto final de nossa discussão: E para praticantes de musculação em geral, o excesso de treino ou a falta de treino pode interferir mais nos resultados de maneira negativa? Ora, ser imparcial e dizer que ambos e que o equilíbrio é a base, seria simples demais, logo, proponho algo diferente: ESCOLHA PELO MENOS! Sim, mas, quando o assunto é treino e não pela dedicação, alimentação, foco e outros aspectos fundamentais na obtenção de bons resultados. E quando digo para errarmos pelo MENOS e não pelo MAIS é porque, na realidade, a maioria de nós acabamos errando pelo mais, como disse anteriormente. E sabe qual o pior de tudo isso? É que, justamente esses mesmos indivíduos persistem em seus erros e persistem em não tentar protocolos os quais não foram tentados antes, achando ineficazes simplesmente por “acharem” ou por acabarem baseando-se em indivíduos profissionais em sua grande maioria, ou seja, os que preferem o alto volume pelos fatores citados anteriormente. Mas, normalmente quando decidem tentar e começam a obter resultados é justamente quando começam a efetivamente se conhecer, evoluir e começam a passar de um nível para outro, cada vez melhor. E não é a toa que cada vez mais os inúmeros estudos recentes sobre treinamentos vem defendendo o menos.

Não podemos nos comparar a atletas as quais não só a genética extraordinária permite que eles errem para o mais, ou acabem acertando justamente por esse “mais”. Devemos entender que as sínteses em nosso corpo demorarão mais para acontecer, que nossa recuperação será muito mais lenta, que não conseguiremos nos alimentar e tampouco ter uma assistência interdisciplinar como a deles para conseguir esse “mais”. Mas, se soubermos utilizar a fisiologia e a individualidade biológica, aliado ao que temos, seja em termos acadêmicos, empíricos/práticos e tecnológicos, certamente teremos uma diretriz muito melhor e eficaz.

Conclusão:

O ideal seria que nós conhecêssemos nosso corpo, organismo e como ele funciona/reage a diversos estímulos. Mas sabemos que isso é difícil e em alguns casos leva-se anos até possamos entender por completo as reações de nosso organismo para determinar, por exemplo, a intensidade do nosso treino, o tempo ideal de descanso e etc. Na dúvida, para nós, simples praticantes de musculação e que não temos auxilio de inúmeros profissionais, opte pelo menos, ou seja, treinamento de alta intensidade com um maior tempo de descanso para a recuperação do corpo. Assim, mesmo que você esteja errando, você acaba acertando, pois é um protocolo com base científica defendida e que com certeza lhe trarão bons resultados!

Conhecimento é sempre poder, senso comum é o que a maioria pensa… Pensem nisso!

Bons treinos!

Fonte: http://dicasdemusculacao.com

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